DOUTRINA DA SALVAÇÃO
1. MENCIONAR OS TRÊS ASPECTOS DA SALVAÇÃO.
R: Justificação, Regeneração e Adoção, Santificação.
2. DÊ UMA EXPLICAÇÃO PARA CADA UM DESSES ASPECTOS.
R: (a) Justificação é um termo forense que nos faz lembrar um tribunal. O
homem, culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo — isto
é, justificado.
(b) Regeneração (a experiência subjetiva) e
Adoção (o privilégio objetivo) sugerem uma cena familiar. A alma, morta
em transgressões e ofensas, precisa duma nova vida, sendo esta concedida por um
ato divino de regeneração. A pessoa, por conseguinte, torna-se herdeira de Deus
e membro de sua família.
(c) A palavra santificação sugere uma cena do templo, pois
essa palavra relaciona-se com o culto a Deus. Harmonizadas suas relações com a
lei de Deus e tendo recebido uma nova vida, a pessoa, dessa hora em diante,
dedica-se ao serviço de Deus. Comprado por elevado preço, já não é dono de si;
não mais se afasta do templo (figurativamente falando), mas serve a Deus de dia
e de noite. (Lc. 2:37.) Tal pessoa é santificada e por sua própria vontade
entrega-se a Deus.
3. ESSAS BÊNÇÃOS SÃO SIMULTÂNEAS OU CONSECUTIVAS?
EXPLICAR.
R: Existe, de fato, uma ordem lógica: o pecador harmoniza-se, primeiramente,
perante a lei de Deus; sua vida é desordenada; precisa ser transformada. Ele
vivia para o pecado e para o mundo e, portanto, precisa separar-se para uma
nova vida, para servir a Deus. Ao mesmo tempo as três experiências são
simultâneas no sentido de que, na prática, não se separam. Nós as separamos
para poder estudá-las. As três constituem a plena salvação. À mudança exterior,
ou legal, chamada justificação, segue-se a mudança subjetiva chamada
regeneração, e esta , por sua vez, é seguida por dedicação ao serviço de Deus.
Não concordamos em que a pessoa verdadeiramente justificada não seja
regenerada; nem admitimos que a pessoa verdadeiramente regenerada não seja
santificada (embora seja possível, na prática, uma pessoa salva, às vezes,
violar a sua consagração). Não pode haver plena salvação \ sem essas
três experiências, como não pode haver um triângulo sem três lados. Representam
elas o tríplice fundamento sobre o qual se baseia subseqüente vida cristã.
Começando com esses três princípios, progride a vida cristã em direção à
perfeição.
4. EM RELAÇÃO AO TERMO "JUSTIFICAÇÃO", QUE
TERMO JUDICIAL SE EMPREGA COM RELAÇÃO A DEUS, A CRISTO, AO PECADO, E AO
ARREPENDIMENTO? EXPLIQUE CADA CASO.
R: Em relação à justificação: Deus é o Juiz, e Cristo é o Advogado; o
pecado é a transgressão da lei; a expiação é a satisfação dessa lei; o
arrependimento é convicção; aceitação traz perdão ou remissão dos pecados; o
Espírito testifica do perdão; a vida cristã é obediência e sua perfeição é o
cumprimento da lei da justiça.
5. EM RELAÇÃO À PALAVRA "SALVAÇÃO", QUE OUTRA
EXPRESSÃO DESCREVE A NOSSA SITUAÇÃO PERANTE DEUS, CRISTO, O PECADO, E A
REGENERAÇÃO?
R: A salvação é também uma nova vida em Cristo. Em relação a essa
nova vida, Deus é o Pai (Aquele que gera), Cristo é o Irmão mais velho e a
vida; o pecado é obstinação, é a escolha da nossa própria vontade em lugar da
vontade do Chefe da família; expiação é reconciliação; aceitação é adoção;
renovação de vida é regeneração, é ser nascido de novo; a vida cristã significa
a crucificação e mortificação da velha natureza, a qual se opõe ao aparecimento
da nova natureza, e a perfeição dessa nova vida é o reflexo perfeito da imagem
de Cristo, o unigênito Filho de Deus.
6. EM RELAÇÃO À VIDA SANTIFICADA, QUAIS OS TERMOS QUE
DESCREVEM DEUS, CRISTO, O PECADO, A EXPIAÇÃO, E O ARREPENDIMENTO?
R: A vida cristã é a vida dedicada ao culto e ao serviço de Deus, isto é, a
vida santificada. Em relação a essa Vida santificada, Deus é o Santo;
Cristo é o sumo sacerdote; o pecado é a impureza; o arrependimento é a
consciência dessa impureza; a expiação é o sacrifício expiatório ou
substitutivo; a vida cristã é a dedicação sobre o altar (Rm. 12:1); e a
perfeição desse aspecto é a inteira separação do pecado; separação para Deus.
7. COMO SE CONSEGUE RECEBER AS TRÊS BÊNÇÃOS DA GRAÇA:
JUSTIFICAÇÃO, REGENERAÇÃO, E SANTIFICAÇÃO?
R: E essas três bênçãos da graça foram providas pela morte expiatória de
Cristo, e as virtudes dessa morte são concedidas ao homem pelo Espírito
Santo. Quanto à satisfação das reivindicações da lei, a expiação proveu o
perdão e a justiça para o homem. Abolindo a barreira existente entre Deus e o
homem, ela possibilitou a nossa vida regenerada. Como sacrifício pela
purificação do pecado, seus benefícios são santificação e pureza. Notemos que essas
três bênçãos fluem da nossa união com Cristo. O crente é um com Cristo,
em virtude de sua morte expiatória e em virtude do seu Espírito vivificante.
Tornamo-nos justiça de Deus nele, (2ª Cor. 5:21); por ele temos perdão dos
pecados (Ef. 1:7); nele somos novas criaturas, nascidos de novo, com nova vida
(2ª Cor. 5:17); nele somos santificados (1ª Cor. 1:2), e ele é feito para nós
santificação (1ª Cor. 1:30). Ele é "autor da salvação eterna".
8. A SALVAÇÃO É OBJETIVA OU SUBJETIVA?
R: A Salvação é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna).
9. DE QUE MANEIRA ALCANÇAMOS ESTES ASPECTOS: EXTERNO E
INTERNO?
R: A santificação
é tanto externa como interna. De modo externo é separação do pecado e dedicação
a Deus; de modo interno é purificação do pecado.
10. QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES DA SALVAÇÃO?
R: As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da
salvação; o batismo nas águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior
do convertido. (Mc. 16:16; At. 22:16; 16:31; 2:38; 3:19.)
Abandonar o
pecado e buscar a Deus são as condições e os preparativos para a salvação.
Estritamente falando, não há mérito nem no arrependimento nem na fé; pois tudo
quanto é necessário para a salvação já foi providenciado a favor do penitente.
Pelo arrependimento o penitente remove os obstáculos à recepção do dom; pela fé
ele aceita o dom. Mas, embora sejam obrigatórios o arrependimento e a fé, sendo
mandamentos, é implícita a influência ajudadora do Espírito Santo. (Notem a
expressão: "Deu Deus o arrependimento" Atos 11:18.) A blasfêmia
contra o Espírito Santo afasta o único que pode comover o coração e levá-lo à
contrição. Por conseguinte, para tal pecado não há perdão.
11. QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ARREPENDIMENTO E A FÉ?
R: A fé é o instrumento pelo qual recebemos a salvação, fato que não se dá
com o arrependimento. O arrependimento ocupa-se com o pecado e o remorso,
enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de Deus.
12. PODE HAVER FÉ SEM ARREPENDIMENTO?
R: Não. Só o penitente sente a necessidade do Salvador e deseja a salvação
de sua alma.
13. DEFINIR O ARREPENDIMENTO. DE QUE MANEIRA O ESPÍRITO
SANTO AJUDA A PESSOA A ARREPENDER-SE?
R: Alguém definiu o arrependimento das seguintes maneiras: "A
verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para
abandoná-lo"; "tristeza piedosa pelo pecado"; "convicção da
culpa produzida pelo Espírito Santo ao aplicar a lei divina ao coração";
ou, nas palavras de menino: "Sentir tristeza a ponto de deixar o pecado."
O Espírito
Santo ajuda a pessoa a arrepender-se aplicando a Palavra de Deus à sua consciência,
comovendo o seu coração e fortalecendo o desejo de abandonar o pecado.
14. A FÉ É ATIVIDADE HUMANA OU DIVINA?
R: O fato de que ao homem e ordenado crer implica capacidade e obrigação de
crer. Todos os homens tem a capacidade de depositar sua confiança em alguém e
em alguma coisa. Por exemplo: um deposita sua fé em riquezas, outro no homem,
outro em amigos, etc. Quando a crença e depositada na palavra de Deus, e a
confiança está em Deus e em Cristo, isso constitui fé que salva. Contudo,
reconhecemos a graça do Espírito Santo, que ajuda, em cooperação com a Palavra,
na produção dessa fé (Vide Jo 6:44; Rm. 10:17; Gl. 5:22; Hb. 12:2.).
15. QUAL É ENTÃO A FÉ QUE SALVA?
R: Eis algumas
definições: "Fé em Cristo e graça salvadora pela qual o recebemos e nele
confiamos inteiramente para receber a salvação conforme nos é oferecida no
evangelho." E o "ato exclusivamente do penitente, ajudado, de modo
especial, pelo Espírito, e como descansando em Cristo." "É ato ou
hábito mental da parte do penitente, pelo qual, sob a influencia da graça
divina, a pessoa põe sua confiança em Cristo como seu único e todo suficiente
Salvador." "É uma firme confiança em que Cristo morreu pelos meus pecados,
que ele me amou e deu-se a si mesmo por mim." "E crer e
confiar nos méritos de Cristo, e por cuja cousa Deus está disposto a
mostrar-nos misericórdia." "É a fuga do pecador penitente para a
misericórdia de Deus em cristo.
DEUS EM CRISTO JESUS TE ABENÇOE.